Três soldados foram expulsos da Polícia Militar pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, uso de notas falsas e homicídio. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado que circula nesta segunda-feira (22).
A PM vai recolher os fardamentos e demais apetrechos dos policiais, além da identidade funcional. Os três foram considerados culpados em investigações feitas pela própria corporação.
O aluno soldado L.R.O. foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, durante uma abordagem da Rotam (Ronda Ostensiva Tático Móvel), na noite de 22 de julho de 2012, na região do bairro Praeirinho, em Cuiabá.
Ele estava com um revolver calibre 38 com 5 munições intactas, com a numeração raspada. Para a PM, L.R.O. feriu os valores éticos, morais, deveres e obrigações dos servidores públicos militares.
L.R.O. declarou à Polícia que a arma era de outro soldado, identificado como M.D.C., que teria lhe pedido para levar o revólver para um armeiro consertar o cabo.
Disse ainda que não sabia que a arma tinha numeração raspada. Uma testemunha, E.G.S.F., que também estava no carro, disse que passou na casa do policial e, depois, os dois foram até a casa do também policial M. para pegar a arma.
M.D.C., no entanto, negou que tivesse dado a arma para L.R.O. Para a Polícia, ficou evidente que L.R. feriu os valores morais, éticos, deveres e obrigações de policial militar e, por isso, decidiu por sua expulsão.
Ele havia entrado nas fileiras da PM em 25 de março de 2011.
Derrame de notas falsas
O também soldado A.R.P. foi expulso porque teria promovido a distribuição de moeda falsa entre o final de 2010 e o primeiro semestre de 2011, em comércios e a pessoas conhecidas nas cidades de Dom Aquino e Jaciara, no Sul dp Estado.
Para o Comando da PM, A.R.P., além de ter cometido crime, também infringiu normas disciplinares que ferem os valores éticos, morais e as obrigações previstas no Estatuto dos Servidores Públicos Militares e o Regulamento Disciplinar Militar de Mato Grosso.
A defesa do PM argumentou que houve, sim, derrame de notas falsas de R$ 50 em Dom Aquino, mas que algumas foram recebidas na agência do Banco do Brasil e que A.R.P., na verdade, também era uma vítima.
As investigações da Polícia Militar constaram que A.R.P. tentou passar notas falsas 14 vezes e que ficou claro que ele tentava dar golpe nas vítimas, porque, se elas percebessem a farsa, ele mesmo recolhia a nota e pagava com uma verdadeira, sem reclamar ou questionar.
A.R.P. já havia sido punido por ter utilizado veículo “finan”. Para a PM, o histórico do policial indica que ele gostava de obter dinheiro ou vantagens de forma fácil. Ele era policial desde 2003.
Homicídio
Já o soldado C.M.M., que atualmente estava na inatividade como reformado, foi expulso da corporação acusado de homicídio, cometido no dia 13 de novembro de 2010, no bairro Jardim dos Ipês, em Cuiabá, contra V.L.C.
O Conselho de Disciplina entendeu que C.M.M. é culpado das acusações e que não tem condições de permanecer nos quadros da PM.
As testemunhas ouvidas reconheceram o soldado como o autor do disparo que matou a vítima. Laudo pericial de necropsia também atestou a culpa do soldado.
A Corregedoria da PM concluiu que o soldado teve conduta irregular e praticou atos que afetaram a honra pessoal, a honra policial militar e o decoro da classe.
C.M.M. era policial desde novembro de 2004 e foi reformado com cinco anos e três meses de serviço.